MÃE EU TE AMO!

Quando minha mãe adoeceu, eu e minha família ficamos todos surpresos. Justo a Dª Zeni que sempre foi muito saudável! Disse: Dª. Teresinha (minha sogra e 2ª mãe).

Depois de diversos exames e tratamentos sem resultado, descobrimos que em seus pulmões existiam muita água e isso poderia indicar coisa séria. O diagnóstico confirmou a gravidade: Carcinoma na Pleura, sem possibilidade de cirurgia um câncer altamente agressivo. Ficamos todos muito tristes. Enquanto no início brincávamos sobre a situação: “Mãe tá faltando água, dá pra mandar um pouquinho para a caixa lá em cima?
Enquanto ela dava risada. Dentro do meu peito no meu coração um nó gigantesco se formava observando sua dificuldade para respirar. Mas sempre tentei mantê-la cheia de esperança e com um bom astral. Aos poucos ela mesma percebeu a gravidade de seu estado, mas amando a vida nunca desistiu.

Havia tanto para falar! Muitas vezes, ao longo de alguns anos, eu me desencontrei da minha mãe. Ela tinha sonhos para mim. Sonhava com uma vida estável, bom emprego, boa mulher, boa família e casa própria. Quando na adolescência virei um “rebelde sem causa” chorou durante muitas noites intercedendo a DEUS por livramento e salvação da minha vida, perguntava ao SENHOR: Onde está o filho que o SENHOR me deu?. Era uma mulher simples que na infância vivera de forma pobre, com seus pais trabalhando na roça. Deixou de freqüentar a escola ainda no primário, onde aprendeu a ler e a escrever. Nunca deixou de ler, aprender lições dos livros, revistas, jornais, lições da vida e da Palavra de Deus. Casou-se e sempre ajudou meu pai, porteiro, trabalhando como cabeleireira. Seu maior temor era que Satanás destruísse nossa vida. Mas ao contrário de seus desejos, eu me arriscava, como todo jovem, crendo que eu era imbatível e buscando um outro tipo de vida. Não foram poucas as vezes que discutimos porque eu não me preocupava com a segurança que ela tanto queria para mim. E durante muito tempo, mesmo estando juntos, eu estive distante de minha mãe. Já um pouco mais maduro pudemos pela GRAÇA Salvadora de JESUS, reconstruir a ponte de relacionamento derrubada por Satanás. Os anos se passaram me casei e ela sempre ali ao meu lado, ao lado de minha esposa cuidando do meu filho e do meu pai, discutíamos, brincávamos, dávamos boas risadas e compartilhávamos a vida. Era torcedora do Vasco da Gama.
Agora diante de sua enfermidade, eu queria dizer a ela como ela havia sido fundamental e como sua vida valera a pena. Seu amor, seu carinho, seu apoio, a certeza de que ela estava ali e não se atrasava nos momentos difíceis; haviam sido fundamentais para que DEUS me tornasse o homem que sou. Mas as palavras não saiam facilmente. Ainda em casa certo dia ela me disse: “Meu filho, eu não tinha idéia, até esse momento, o quanto você realmente me amava, mas agora sinto o amor que você tem por mim”. Já no hospital falávamos sobre tudo. Muitos papos ficaram sufocados. Eu me despedia, prometendo voltar no dia seguinte. Eu aguardava o momento certo para dizer a ela exatamente assim: Foi muito bom ter você na minha vida, mãe! Mas esse momento parecia não chegar. Então numa segunda-feira, após ver que seu estado estava muito ruim, decidi que não iria mais ao trabalho e ficaria a seu lado até o fim e dizer-lhe: Mãe eu te amo! Não que ela nunca tivesse ouvido, mas nunca havia ouvido de forma tão intima, necessária e amorosa. Foram os últimos dias dela comigo, como no inicio da minha vida. Ela me trouxe ao mundo no hospital e eu agora, passando suas ultimas horas de vida, ao seu lado, no hospital. Que ironia da vida, não!
Durante aquela ultima semana, mesmo sob o efeito de morfina, delírios e dor; falamos de como DEUS foi bom para nós. Cantamos juntos diversos “Corinhos” e Hinos do Cantor Cristão. Mais uma vez ela me alertou sobre não me esquecer do SENHOR e nunca mudar a direção da historia que DEUS havia escrito para nós. Então, na Sexta-feira, 11 de Novembro de 1999, o Senhor levou minha mãe, a minha irmã, a minha amiga, a minha sexóloga, a minha confidente, a minha parceira de vida. Senti-me triste, sem um pedaço de mim, mas ao mesmo tempo, alegre, confortado pelo mesmo Espírito que a havia recolhido e que agora consolava meu coração. Com o segredo das palavras: “MÃE EU TE AMO!” naquela ultima Sexta-feira, Dª. Zeni, deixando saudades, partiu levando com ela a certeza absoluta do meu amor. Até um dia, mãe, quando nos encontraremos com Jesus! - Irmãs, Irmãos, não percam tempo. Não espere para que o pior aconteça. Vivam e declarem seu amor um ao outro. Não permitam que a pessoa amada vá embora, sem descobrir o quanto de amor existe em você por ela.

Domingo diga a ela: MÃE EU TE AMO!

Pr. Toninho (adaptado).